Maturidade Digital dos Escritórios de Advocacia
- Criado em 05/12/2023 Por Tercio Strutzel
A Transformação Digital que vem ocorrendo em todas as esferas da sociedade trouxe uma nova onda de conceitos, métodos e tecnologias completamente impensados há apenas uma década. Diante dessa enxurrada de mudanças de paradigmas, o mercado jurídico também foi afetado e vem passando por transformações que mudam completamente a forma de advogar. É a nova Era do Direito 4.0.
Nesse movimento todas as entidades jurídicas são afetadas: escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e poder judiciário. No entanto a adesão não ocorre simetricamente nessas três frentes. Os DeJur automaticamente são impulsionados pela acelerada digitalização das empresas públicas e privadas. Os tribunais brasileiros vêm recebendo doses constantes de inovação por parte do CNJ. E no âmbito dos escritórios de advocacia, as grandes bancas já despontaram nessa jornada de forma antecipada.
Embora a digitalização dos escritórios e a automação de tarefas e processos seja acessível a escritórios de todos os portes, muitas vezes essas iniciativas acabam sendo freadas pela cultura conservadora ainda presente entre Advogadas e Advogados.
A transformação digital rumo à Advocacia 4.0 é um caminho inevitável que todos os escritórios de todos os portes terão de seguir. Caso contrário estarão fora do mercado nos próximos anos. Felizmente essa conscientização está se disseminando rapidamente e a maioria dos operadores do Direito estão buscando informações e atualizações para se adequarem à economia digital. Ou seja, estão investindo em sua maturidade digital.
O que é Maturidade Digital
As organizações de pesquisa e consultoria estadunidenses há muito tempo utilizam o conceito de Maturity Model. Normalmente esse conceito é utilizado para identificar o grau de adesão a uma determinada tendência inovadora. Sendo um conceito aberto, é natural que ele se aplique a diversos mercados e situações.
Maturidade Digital significa a capacidade de entidades acompanharem e se adequarem rapidamente às novas tendências, conceitos, métodos, práticas típicas da Era Digital. Ao mesmo tempo diz respeito ao nível de utilização de recursos tecnológicos para digitalização e automação dos processos internos e fluxos operacionais. Envolve ainda o grau de adesão das pessoas de todos os níveis hierárquicos a essas práticas.
Note que existe um tripé formado por pessoas - processos - tecnologias. Afinal a transformação digital é composta por diversas megatendências. Então o Índice de Maturidade Digital nada mais é do que a etapa em que pessoas e empresas se encontram na jornada de transformação digital.
Como é calculado o Índice de Maturidade Digital
Uma vez que o conceito de Maturity Model foi criado por organizações de pesquisa e consultoria, naturalmente existem diversas metodologias e frameworks para calcular esse índice. Dentre as organizações podemos destacar Boston Consulting Group (BCG), International Data Corporation (IDC), McKinsey, Massachusetts Institute of Technology (MIT), Gartner e até o Google.
Como foram desenvolvidas por organizações reconhecidamente capacitadas, não se pode afirmar que uma metodologia específica seja a correta ou a mais eficaz. Todas elas são pontos de vistas diferentes sobre o mesmo assunto.
No entanto, como esses frameworks foram elaborados majoritariamente para grandes corporações, a aplicação direta deles no mercado jurídico brasileiro corre o risco de relegar informações importantes. Por esse motivo desenvolvemos uma metodologia exclusiva para diagnosticar o índice de Maturidade Digital dos Escritórios de Advocacia brasileiros. Neste modelo são avaliadas dez áreas funcionais do escritório ao longo de 48 questões com respostas em escala Likert.
Por que a Maturidade Digital é importante para escritórios de Advocacia?
Todas as empresas de todos os mercados estão passando pela transformação digital. Porém, na área jurídica esse fenômeno é mais sensível por dois motivos. Primeiro porque a Advocacia sempre foi muito conservadora em relação a inovações. Segundo porque a rápida digitalização dos clientes e dos tribunais não deixa a opção de Advogados ficarem alheios a esse movimento.
Isso significa que todos os escritórios de advocacia, de todas as áreas de atuação e todos os portes inevitavelmente terão de se lançar à jornada de digitalização. Os profissionais que não acompanharem o movimento, cedo ou tarde estarão fora do mercado. Então, antes de qualquer outro fator, o índice de Maturidade Digital dos escritórios de Advocacia é um termômetro que indica se estão próximos de sucumbir.
Vantagens de se investir em Maturidade Digital
A digitalização dos escritórios de advocacia pode ser compulsório, mas não quer dizer que seja problemático. Ao contrário, quanto mais a banca se digitaliza, mais vantagens são percebidas em todas as áreas. As vantagens mais relevantes são:
- Organização da produção jurídica;
- Otimização do setor administrativo / financeiro;
- Eficiência no atendimento ao cliente;
- Informações mais acessíveis para todos os colaboradores;
- Redução de custos;
- Maior agilidade na realização de tarefas operacionais;
- Entendimento da posição do escritório no segmento que atua;
- Elevação da produtividade;
- Aumento do lucro.
Ao longo deste artigo constatamos que a transformação digital não é apenas sobre tecnologia, mas sobre como o escritório se atualiza sobre os novos conceitos e como utiliza as tecnologias digitais. Dessa forma a digitalização é uma jornada que tem início, mas não terá fim. A melhoria constante e cadenciada é mais útil do que saltos radicas com riscos elevados. O seu escritório já se lançou nessa jornada inevitável?
Responda à pesquisa e avalie o quanto seu escritório está se adaptando à Advocacia 4.0.
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