Empreendedorismo jurídico: descubra as oportunidades e os desafios
- Criado em 28/01/2020 Por Caroline Francescato
Se você está no mercado jurídico ou estudando para entrar nele, prepare-se: você terá que ser um empreendedor jurídico.
Comece pensando sempre nesse pressuposto: você é um empreendedor jurídico, independentemente do caminho que você trilhar hoje ou no futuro.
Afinal, você precisará saber temas como marketing digital, inovação e gestão, por exemplo. E essas habilidades independem da área que você seguirá, seja concurso público, advocacia ou outros ramos.
Em dissonância ao discurso de que “você precisa empreender no Direito, pois não há mais vagas no mercado de trabalho amplamente saturado”, o que falta na realidade são profissionais qualificados para atender demandas cada vez mais complexas e clientes mais exigentes.
Como usar a tecnologia a seu favor?
Esse cenário se dá devido ao surgimento de tecnologias como Inteligência Artificial, capaz de executar tarefas mais simples ligadas ao setor, fazendo com que os advogados passem a atuar nos casos mais complexos.
É nesse momento que, além de um bom currículo na área do Direito, entra a necessidade de desenvolvimento das habilidades empreendedoras. Só assim os profissionais poderão destacar os seus bons perfis.
Afinal, apenas não existe espaço para aquele profissional que não está apto à inovação e às novas competências que o mercado está exigindo – e, por isso, a preparação para o mundo dos negócios é uma delas.
Atualmente são mais de 300 mil pessoas estudando para seguir a carreira jurídica.
Infelizmente, a maioria delas não passou por disciplinas nas faculdades que mostram o quanto o Direito deve ser encarado como um negócio. Também não foram ensinadas a preparar o seu perfil para atender a essas demandas do mercado.
Pensando nesse cenário, o empreendedorismo jurídico é um movimento que todos devem pertencer e explorar, independentemente de possuírem seus negócios jurídicos próprios ou não.
Analisando a maioria dos fundadores de legaltechs presentes no radar da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), percebe-se que são profissionais com formação jurídica.
Por isso, vamos a algumas dicas que podem ajudar você a começar a trilhar um caminho mais empreendedor no mundo jurídico e na advocacia!
ESTUDE SOBRE TEMAS COMO INOVAÇÃO
Se você quer praticar o empreendedorismo jurídico, dê espaço para a inovação. Esteja sempre ligado nas tendências que estão acontecendo no Brasil e no mundo.
E inovação não se fala apenas em tecnologia. Inovar é também mudar a maneira de advogar, ou seja, isso é uma forma de ser um advogado empreendedor.
Veja um exemplo simples de inovação na área jurídica: duas advogadas abriram um escritório de advocacia e começaram a atender casos de idosos, os quais procuravam elas pela paciência e atenção no serviço prestado.
Então, elas começaram a analisar o mercado e viram que era um público totalmente desassistido de profissionais e decidiram especializar os casos do escritório de advocacia em demandas específicas para pessoas idosas.
Isso é inovar: analisar a demanda do mercado e atuar de forma que sua prestação de serviço atenda as demandas latentes, para que você crie um mercado totalmente inexplorado.
Não precisamos reinventar a roda, mas sim criar opções melhores e que atendam a uma necessidade.
No caso delas, foram os idosos que precisavam de advogados mais pacientes e atenciosos no atendimento. E, como mágica, você tem um ótimo nicho em suas mãos.
A JORNADA DO SEU CLIENTE
Muitos advogados não se atentam à jornada do seu cliente. Essa é uma habilidade crucial se você quer ser um empreendedor jurídico e estar inserido na nova economia.
Inclusive, pode se dizer que cuidar da jornada do cliente é estar atualizado ao cenário tecnológico.
Nesse momento, surge o medo de que a tecnologia pode acabar com os advogados e diminuir ainda mais as oportunidades da área.
Na verdade, o profissional empreendedor não pensa dessa maneira. Pelo contrário, ele imagina como essas novas ferramentas poderão ajudar na jornada do seu cliente e lhe gerarão mais negócios.
A tecnologia jurídica está nascendo para que tarefas mais simples sejam feitas por máquinas, enquanto os advogados poderão se deter a casos mais complexos.
Assim, essa evolução entrega agilidade ao profissional. E nós sabemos que cliente satisfeito é aquele que tem o processo resolvido da forma mais rápida e menos onerosa.
Então, outra dica importante para adentrar no empreendedorismo jurídico: avalie a jornada do seu cliente e a experiência que seu serviço está dando a ele.
Encaixe nessa jornada as tecnologias advindas de lawtechs e legaltechs para que melhorem essa jornada e lhe traga cada vez mais produtividade.
MARKETING DIGITAL
Segundo pesquisa do Google sobre o perfil do consumidor, 96% das pessoas pesquisam por nomes de profissionais antes de efetivar uma contratação. Seja para descobrir indicações ou mesmo a reputação on-line do profissional.
Isso significa que se você quer ser um empreendedor jurídico, é importante estar presente no ambiente digital, seja através de um site ou de redes sociais.
Procure buscar conhecimento sobre como escrever conteúdos de qualidade que vão melhorar seu posicionamento na internet e atrair cada vez mais possíveis clientes interessados no seu conhecimento jurídico.
Gere autoridade e influência através destes materiais bem estruturados e que vão lhe aproximar de possíveis consumidores para seus serviços jurídicos.
Muitos profissionais têm receio de adentrar nessa seara do marketing digital com medo de infringir o Código de Ética da Advocacia. Mas salientamos que é possível você utilizar dessa ferramenta sem desrespeitar as condutas éticas. Por isso, pesquise e se informe como você pode explorar essa habilidade.
FIQUE DE OLHO NAS NOVAS ÁREAS
Assim como qualquer profissão, devemos sempre nos manter atualizados das novas tendências do segmento e quais as novas demandas o consumidor está buscando.
Nesse cenário, estar sempre ligado nas notícias e novas áreas do mundo jurídico é extremamente necessário. Muitas vezes, isso se dá através da análise de notícias diárias do país e do mundo.
Por exemplo, o aumento dos casos de “Compliance” foi algo notável após a crise política do Brasil e as empresas precisaram buscar profissionais com conhecimento no setor. Quem percebeu essa necessidade emergente, conseguiu desenvolver um bom segmento de mercado.
Outros exemplos de áreas curiosas que vem surgindo junto com a tecnologia são:
- Direito Espacial e Aéreo: com o aumento de tecnologias como drones, carros voadores e avanço de softwares espaciais, novas normas terão que ser criadas e consequentemente novas áreas no Direito surgirão.
- Biosegurança: com o aprimoramento de novas tecnologias na área médica e da ciência, este também será um tema cada vez mais explorado.
- Direito Digital e da Internet: como já comentamos, cada vez mais a população mundial está conectada e presente no on-line, criando novos mundos de convivência e relações sociais que com certeza terão que vir acompanhadas de legislação específica.
LEGALTECHS X EMPREENDEDORISMO JURÍDICO
conteúdo completo em: https://blog.datalawyer.com.br/empreendedorismo-juridico-descubra-as-oportunidades-e-os-desafios/
Antonio Fernandes Cabral
Bacharel em Direito