DE ESTÁGIARIOS A ADVOGADOS: CONHEÇA AS MELHORES CRÔNICAS DE EX-ESTÁGIARIOS QUE SE TORNARAM ADVOGADOS
- Criado em 10/12/2024 Por D. RIBEIRO SOC DE ADVOCACIA
Em razão do dia do estagiário a qual é comemorado no dia 18 de agosto, resolvemos homenagear, aliás, todos os dias é o dia do estagiário, a pessoa que movimenta o escritório, e a máquina pública, aproveitamos assim, para elaborar um artigo especial. Neste artigo, pela primeira vez, contaremos a nossa experiência, o nosso período de estágio. Sim, um dia também passamos por essa fase, que se diga de passagem, foi de muitas experiências.
Aproveito para informar que bem recente, em nosso canal no Youtube (clique para assistir) >notícias do ribeiro gravamos um vídeo sobre a advocacia pro bono, em caso prático, uma ocorrência em andamento, em que simplesmente presenciei e me voluntariei.
Fazer estágio, ambos concordamos que é um privilégio, isso porque é o momento que antecipa um dos grandes passos que você dará em sua vida. É nessa fase que você pode experimentar de tudo um pouco, passear pelas áreas que acredita ter afinidade, e pode errar, já que alguém certamente revisará.
E estará tudo bem, se quiser migrar de caminho durante o estágio, é justamente para isso que serve, para a pessoa possa encontrar sua vocação, mas esteja sempre preparado para enxergar as oportunidades, porque no estágio surgem a todo momento. Portanto, se você se encontra nesse momento, fique atento (a).
O foco durante seu estágio deve ser de aprendizagem, e não remuneração, até porque, lá que você pode (deve) errar, acertar, e errar novamente. Sempre sob a supervisão do profissional da área.
A seguir, iremos contar de forma cômica, situações bastante inusitadas que vivenciamos no decorrer do nosso período de estágio.
Eu, Kate, começo, fizemos o atendimento de uma cliente, que trouxe uma documentação robusta (houve uma prisão arbitrária aos entendimentos dos Tribunais, principalmente do STF). Hipoteticamente falando, como se fosse assim:
Sra. Maria comparece presencialmente ao escritório, e nos diz:
“Olha, meu filho Tício, um homem trabalhador, com carteira assinada, solteiro, nunca teve passagem na polícia, com 05 (cinco) filhos, sendo que dois são portadores de deficiências mentais (com documentação comprobatória em mãos), tem um único defeito, é usuário de drogas, e foi preso há 02 (dois) anos atrás com 24g de maconha (sim você leu certo).
Após ouvirmos com paciência e prestando muita atenção nas informações que a Sra. Maria nos dava, pedimos o número do processo. Constatamos que Tício havia sido solto na audiência de custódia, e respondeu o processo em liberdade. Acontece que o Acórdão transitou em julgado, e o TJSP havia mantido a condenação dele; a pena de 1 (um) ano e 11 (onze) meses no REGIME FECHADO. Foi expedido mandado de prisão e Tício havia sido preso novamente no dia anterior.
A partir desse momento, somente uma coisa poderia acontecer, o escritório fecha as portas, e trata o assunto com absoluta prioridade. Isso foi feito, a atenção da estagiária foi voltada exclusivamente ao caso, me dediquei, redigi o Habeas Corpus, e estava prontinho para ser protocolado. Mas, por circunstâncias alheias a minha vontade, ele foi protocolado apenas 03 (três) meses depois da data em que a Sra. Maria compareceu ao escritório.
Aqui, não se sabe ao certo, se a culpa foi do estagiário (como sempre é atribuída), do Advogado, ou de terceiros pela demora no protocolo, mas que houve um erro que causou a permanência do Tício por mais tempo preso do que deveria. Disso, ninguém discorda.
Desfecho: Uma vez protocolado o HC, o STJ no mesmo dia concedeu a Ordem de Ofício para expedição do Alvará de Soltura, e modificação de regime, do FECHADO para o ABERTO. Além de converter a PENA em RESTRITIVA DE DIREITOS.
Moral desta história: “Todo mundo erra, todo mundo vai errar”. Mas, aprendemos que a liberdade do cliente não pode ficar submetida a: quando der tempo.
Caso eu Kate, voltasse no tempo, a única coisa que modificaria seria ter feito estágio desde o primeiro dia da faculdade. Não ter preferência por qualquer órgão/escritório.
Minha indicação de hoje, é o filme: “Um senhor estagiário”, sem dar muito spoiler, é um filme que demonstra que não há idade para aprender ou ser estagiário e se você tiver humildade para ouvir, se dedicar; e ter responsabilidade sua realização profissional com certeza virá. E que, no real, somos todos eternos estagiários.
Eu Ribeiro, prossigo iniciando com meu bordão: Saudações Cordiais! Trago (dois) fatos que marcaram meu estágio, além de dicas e conselhos.
O primeiro: após as advogadas e eu revisarmos o pedido de revogação da prisão, pedimos para secretária imprimir e logo envelopei. Parti de motocicleta até o Fórum e ao chegar para protocolar, descobri junto com o servidor que ninguém havia assinado. O processo e o protocolo era físico. Óbvio que tive que fazer o trajeto de volta, colher as assinaturas dos patronos e retornar ao Fórum para protocolar.
Segundo: novamente na motocicleta, mas agora com a Advogada na garupa, fomos até o presídio para dar cumprimento a um alvará de soltura. Um caso interessante e um tanto pitoresco, pois a família contratou nosso escritório com o cliente ainda preso, feita a documentação de praxe, entrevista e contrato, olhamos o processo e descobrimos que o Juiz de ofício já havia expedido o alvará de soltura. Óbvio que, o cliente passou a responder ao processo em liberdade, mas o desespero da família, encerrava ali.
E o mais interessante foi descobrir e acessar a rua do presídio, que tinha várias comunidades nas imediações e cercado por uma rodovia que bastava você perder uma entrada ou saída, e estava literalmente ferrado ou melhor, atrasado. Graças a Deus essa aventura de estagiário terminou com um final feliz.
É indubitável a necessidade de estagiar na graduação, aprendi que na prática a teoria é outra e ficava me sentido o máximo. Sendo ainda um estudante e ser chamado/tratado por todos de Doutor. Se eu pudesse voltar no tempo, estudaria muito mais. Era “sabido”, público e notório que todos os intervalos durante os cinco anos de minha graduação, que fiz com bolsa de 100% (cem por cento), quem desejasse falar comigo, bastava se dirigir a biblioteca da faculdade aquele ambiente era o meu mundo.
Por derradeiro, se algum crédito ou autoridade eu tiver para lhe aconselhar, à você estagiário ou estudante de direito; seja curioso, inquieto, estude o máximo que puder. Não apenas o conteúdo da grade curricular, mas outros temas, faça network, conheça lugares, instituições e pessoas. Tenha humildade para aprender com os mais velhos e mais experientes, é aqui onde mora a fonte da sabedoria.
Essas são nossas histórias, contadas por 2 (dois) ex-estagiários de direito que atualmente, advogados.
Kate do Nascimento é Advogada Criminal na Capital-SP-Brasil, ativista feminista, para acompanhá-la basta acessar as suas redes sociais: Instagram: @katedonascimento/Facebook: Kate Do Nascimento.
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D. Ribeiro é Advogado Criminal na Capital – SP – Brasil, e possui também um canal no Youtube, chamado Notícias do Ribeiro, para falar direto comigo basta clicar aqui 👉 https://wa.me/5511954771873.