Sejamos Pipoca!
- Criado em 20/11/2019 Por Gustavo Rocha
Divido um belíssimo texto de Rubem Alves (mais um, afinal, trata-se de um autor ímpar) sobre pipoca e piruás e após faço algumas reflexões:
Milho de Pipoca por Rubem Alves
A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.
O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor.
Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.
Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: Bum! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, com que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura.
O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?
FONTE: HTTP://EUEAPSICOLOGIA.COM.BR/MARTE/MILHO-DE-PIPOCA-POR-RUBEM-ALVES/
Estamos vivenciando um momento disruptivo na advocacia e na sociedade. A mudança é dura, seja pela tecnologia que nos apresenta novidades todos os dias, seja pela inteligência emocional que precisa ser cada vez mais apurada, seja pelo tempo que precisamos crescer cada vez mais rápido para encontrar mais eficiência e resultados.
Nesta transformação, nem todos terão espaço, posto que os mais preparados chegarão na frente, nos melhores lugares, com melhores resultados.
E quem serão os mais preparados?
Aqueles que não tem medo da mudança.
Aqueles que acreditam que na mudança está a continuidade da vida.
Aqueles que compreenderam que a vida não é um destino fixo, mas sim o próprio caminho.
O tempo é implacável e igual a todos. O que fizemos no nosso tempo é que faz a diferença.
Podemos evoluir, estudar, buscar alternativas, criar novos relacionamentos ou simplemente viver, estar para as redes sociais em fotos lindas, reclamar da vida e das situações, enfim, sempre existe a escolha.
Estamos como a pipoca, evoluindo a cada transformação e nesta transmutação criando utilidade ao universo?
Ou estamos aguardando a senda do destino, inertes, como piruás no fundo da panela reclamando do calor sem aproveitar este calor para se transformar?
Escolhas. A vida é a soma delas.
Escolha. Você faz o seu destino.
Sejamos, portanto, PIPOCAS nesta vida disruptiva!
#FraternoAbraço #GustavoRocha
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